segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Comunidade de leitores na Culturgest: "A Reivindicação do Amor "

Comunidade de leitores na Culturgest: "A Reivindicação do Amor "

2010-01-21 a 2010-04-01 Culturgest, Lisboa

"O que é o Amor? Perguntem a quem vive o que é a vida;

perguntem a quem adora o que é Deus?"
in Sobre o Amor, Percy Shelley

"O Amor, tal como o entendemos no mundo ocidental, só apareceu na nossa cultura a partir do século XI, na forma do celebrado “amor cortês”. É o que propõe Denis de Rougemont no clássico O Amor e o Ocidente, partindo do mito de Tristão e Isolda. Secundado, mais drasticamente, pelo autor católico C.S. Lewis em A Alegoria do Amor (1936) e por outros pensadores, Rougemont conjuga todas as formas do verbo amar, do amor-paixão ao amor-gosto, do amor físico ao amor-vaidade, passando pelos inúmeros autores que, em Poesia, Romance ou Teatro – para não falar do discurso filosófico – continuam indefinidamente a recriar o sentimento amoroso. Mas o que fazer de textos anteriores como Fedro de Platão, como os fragmentos de poemas inflamados de Safo ou como a obra de Ovídio, tão profundamente ligada à celebração do Amor? Sabemos que a influência dos grandes pares míticos – Tristão e Isolda, Heloísa e Abelardo, Romeu e Julieta, Dante e Beatriz, Dom Quixote e Dulcineia – ou de grandes amorosos como Don Juan, Casanova ou Sade, se faz sentir até aos dias de hoje. Os maiores poetas de todos os tempos – Shakespeare e Camões, por exemplo – foram, também, grandes amantes e o Amor nunca abandonou o curso existencial do ser humano: tem estado presente em batalhas e revoluções, em arroubos místicos e carnais, faz o papel de Musa e serve de álibi para actos reprováveis. Nos nossos dias, teóricos como Allan Bloom e, mais recentemente, Christina Nehring – que, no seu apaixonado Uma Reivindicação do Amor para o século XXI, se rebela contra o que lhe parece um desinteresse por esse sentimento, abafado por uma cultura consumista e imediatista – têm continuado a analisar os grandes textos da Literatura amorosa. Para deslindar este longo e tortuoso percurso – do mito à apropriação burguesa, do sentimento romântico ao materialismo do século XX – esta Comunidade de Leitores irá debruçar-se sobre alguns dos clássicos do género."
Helena Vasconcelos

Qui 21 de Janeiro
Romeu e Julieta
William Shakespeare, Ed. Europa-América

Qui 4 de Fevereiro
As Ligações Perigosas
Choderlos de Laclos, Ed. Relógio D’Água

Qui 18 de Fevereiro
O Vermelho e o Negro
Stendhal, Livraria Clássica Editora

Qui 4 de Março
Werther
Johann Wolfgang von Goethe, Guimarães Editores

Ter 16 de Março
O Fardo do Amor
Ian McEwan, Ed. Gradiva

Qui 1 de Abril
O Amor nos Tempos da Cólera
Gabriel Garcia Marquez, Ed. Dom Quixote

Retirado de Sapo Livros

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